Rodrigo Decimo - Vice-prefeito de Santa Maria

Foi entregue, na última segunda-feira (11), o levantamento técnico sobre a estrutura da antiga Estação Férrea de Santa Maria, a nossa Gare, que começou a ser construída no final do século 19. Há tempos, ela merecia um estudo aprofundado, como o realizado agora, no qual foram identificados os danos do prédio, cada material utilizado na construção, o que precisa ser consertado, qual material deverá ser utilizado na recuperação, o que a Prefeitura precisará fazer para manter no patrimônio o máximo de suas características originais. Além disso, foi entregue um guia com sugestões de uso para o local e orientações para a mantê-lo em bom estado de conservação – o que, infelizmente, não foi feito ao longo dos anos.


Todo esse material, somado a projetos complementares, que estão em fase de elaboração, subsidiará a licitação para a escolha da empresa responsável por executar as obras. Depois, entra você, cidadão de Santa Maria ou turista que vem de fora para conhecer este que foi o principal entroncamento ferroviário da região sul do Brasil.


A Gare é um dos principais pontos do nosso Distrito Criativo Centro-Gare – pelo próprio nome dado à iniciativa, não é difícil perceber. Mas, como tenho falado, a obra não é o mais difícil dentro do processo de dar vida à Estação Férrea. Precisaremos, como população, ocupar esse espaço. As instituições que fazem parte da governança do Distrito Criativo, entre elas a Prefeitura de Santa Maria, que eu represento, já tem discutido ideias para atrair as pessoas.


Já é possível adiantar que a cultura e o lazer irão pulsar na Gare. Como? Com gastronomia, com música, shows, feiras. Temos três pavilhões para serem usados: o sobrado, o pavilhão anexo e o abrigo das locomotivas. Já imaginou um trem de passageiros, mesmo que para um passeio curto, estacionando naquela plataforma? Enfim, as possibilidades são muitas. Portanto, fica o convite: vamos para a Gare? Vamos fazer jus ao investimento de recursos públicos? Vamos nos apropriar da nossa história ferroviária?


A Gare é um dos equipamentos que colocam Santa Maria em patamar diferenciado quando se fala em história, turismo, cultura. Revitalizá-la, é, portanto, firmar ainda mais a cidade nos trilhos do desenvolvimento econômico e social.


O levantamento técnico é mais uma etapa vencida pela atual gestão municipal, liderada pelo prefeito Jorge Pozzobom. Talvez, não seja na velocidade ideal ou que gostaríamos. Aliás, se tudo andasse conforme o meu ou o seu desejo, a Gare nunca teria sido fechada nem teria cedido às intempéries, e os trens de passageiros ainda circulariam por ali. Mas não temos domínio sobre tudo sempre. Entretanto, estamos nos aproximando de novos desafios: a obra e os atrativos que serão colocados ali. Desta vez, podemos, como comunidade, interferir nessa história e fazer diferente.


Faço minhas as palavras do trecho declamado de “Lá no Fim da Avenida”, música nativista que retrata como poucas as memórias de Santa Maria: “Lá no fim da avenida, onde mora o desencanto, hoje ecoa o meu canto, feito um clamor pela vida!”