Rafael Favero - Jornalista
Sou santa-mariense, mas não sei se posso me considerar um "morador raíz" da nossa cidade. Não andei de trem, nem vi a Gare funcionando. Não conheci o doutor Mariano da Rocha, fundador da UFSM, e, quando nasci, a maior parte dos cursos da instituição já estava consolidada no campus de Camobi. A reitoria da Rua Floriano Peixoto, para mim, sempre foi a antiga. Nas minhas memórias, a UFN chamava-se Unifra. Sei, pelos livros, que teve outros nomes (FIC e Facem). E, apesar do meu nascimentoter sido publicado em nota no A Razão em 1998, quando criei interesse por notícias, o jornal estava em seus últimos anos vida.
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Rodrigo Decimo - Vice-prefeito de Santa Maria
Foi entregue, na última segunda-feira (11), o levantamento técnico sobre a estrutura da antiga Estação Férrea de Santa Maria, a nossa Gare, que começou a ser construída no final do século 19. Há tempos, ela merecia um estudo aprofundado, como o realizado agora, no qual foram identificados os danos do prédio, cada material utilizado na construção, o que precisa ser consertado, qual material deverá ser utilizado na recuperação, o que a Prefeitura precisará fazer para manter no patrimônio o máximo de suas características originais. Além disso, foi entregue um guia com sugestões de uso para o local e orientações para a mantê-lo em bom estado de conservação – o que, infelizmente, não foi feito ao longo dos anos.
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Orlando Fonseca - Escritor e professor aposentado do departamento de Letras Vernáculas da UFSM. Presidente do Coletivo Memória Ativa
A preocupação com os destinos do Centro histórico, com seu rico acervo de arquitetura em art déco, levou um grupo de cidadãos a manifestar, publicamente, a sua disposição em lutar pela preservação do patrimônio cultural de Santa Maria. Isso foi em agosto de 2018, marco inicial do Coletivo Memória Ativa, do qual sou presidente. A partir daquele manifesto, o Coletivo colocou em operação uma série de atividades para chamar a atenção da comunidade santa-mariense para o valor simbólico dos elementos históricos no eixo central que vai da rua do Acampamento à Gare da Estação Ferroviária. Estão neste sítio a Praça Saldanha Marinho, a Avenida Rio Branco, a Vila Belga e o conjunto de prédios ligados à nossa história ferroviária. Neste afã, saudamos com grande expectativa o projeto conduzido pela Prefeitura no sentido de criar um Distrito Criativo nesse espaço.
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Pedro Cezar Saccol Filho - Administrador, economista, especialista em Direito Empresarial, mestre em Engenharia de Produção e diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm)
Quando olhamos para o futuro, precisamos entender o nosso passado. A base cultural de um município descreve os sentimentos de um povo e suas origens, por meio de seus aspectos geográficos, históricos, vocacionamento e infraestrutura ofertada, capazes de influenciar gerações.
Nossa cidade tem uma origem pautada na diversidade, com a presença dos indígenas que aqui estavam, dos militares que vieram para defender nossas fronteiras e imigrantes chegados da Europa para colonizar a nossa região. Essa miscigenação deu início a um polo atrativo para investimentos onde, no início do século passado, o comércio e a indústria de transformação favoreceram a prosperidade da região, atraindo a ferrovia e seus ferroviários. Muitas famílias passaram a depender do desenvolvimento sustentado pelo transporte ferroviário, o que originou até mesmo a criação de uma forte cooperativa e escolas profissionalizantes. Nesse contexto, a região da cidade que mais se desenvolveu pela pujança idealista de nossos antepassados foi o entorno da Estação da Viação Férrea (GARE), onde hoje temos um casario centenário que mostra as marcas da nossa história e uma imponente avenida de acesso.
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